Muitas vezes chove naquela terra de ninguém. Chuva, tempestade, tormenta, raio, trovão. O povo se esconde, dentro das casas de pedra, e se põe a pensar. E como a tempestade nunca termina, o povo nunca para de pensar. E pensa. E os vizinhos daquela terra de ninguém não sabem que os pingos da chuva são idéias, e a terra fértil é a própria consciência.
segunda-feira, 9 de junho de 2014
Quanto valem os seus sonhos?
"Quanto vale o seu sonho?", indagou-me a figura. "Um punhado de reais?". Por longo tempo fiquei, mais uma vez, calado na escuridão de uma interrogação pungente e tristonha, como o céu nublado daquela manhã de segunda. Não existe dúvida maior do que aquela que divide o sonho e a realidade. Que cruza os meandros da consciência e escreve num quadro negro com giz rasgando e silêncio da paz interior: "decifra-me, ou te devoro". Eu talvez ainda queira tentar mudar o mundo. Existem coisas que dado o erro inevitável ainda vale a tentativa. Eu talvez ainda possa mudar o mundo. E os meus sonhos não valem um punhado de reais.
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