a felicidade é vã como o céu azul de um dia ensolarado e eu de ressaca
o entardecer é mais inebriante por entre os prédios dessa cidade
como o seu sorriso, perdido e escondido
numa alegria que vem do nada
a vida é cretina, perversa e pervertida
é um mar de vastas emoções e pensamentos imperfeitos
e eu dentro de um carro, longe daqui, a dez mil milhas por hora
vendo o céu azul me tragar como se eu fosse fumaça
na escuridão que esconde a noite
não posso me esquivar
dos espaços vazios em que me esbarro
e vejo, escancarada,
a poesia social
Muitas vezes chove naquela terra de ninguém. Chuva, tempestade, tormenta, raio, trovão. O povo se esconde, dentro das casas de pedra, e se põe a pensar. E como a tempestade nunca termina, o povo nunca para de pensar. E pensa. E os vizinhos daquela terra de ninguém não sabem que os pingos da chuva são idéias, e a terra fértil é a própria consciência.
domingo, 15 de junho de 2014
segunda-feira, 9 de junho de 2014
Quanto valem os seus sonhos?
"Quanto vale o seu sonho?", indagou-me a figura. "Um punhado de reais?". Por longo tempo fiquei, mais uma vez, calado na escuridão de uma interrogação pungente e tristonha, como o céu nublado daquela manhã de segunda. Não existe dúvida maior do que aquela que divide o sonho e a realidade. Que cruza os meandros da consciência e escreve num quadro negro com giz rasgando e silêncio da paz interior: "decifra-me, ou te devoro". Eu talvez ainda queira tentar mudar o mundo. Existem coisas que dado o erro inevitável ainda vale a tentativa. Eu talvez ainda possa mudar o mundo. E os meus sonhos não valem um punhado de reais.
quinta-feira, 5 de junho de 2014
A poesia social
Paz hoje é caos urbano
O espelho, a janela do ônibus
A meditação não é silenciosa
É admirar o céu rasgado de concreto
Em meio ao mar de gente nervosa
De dia é quente
Aperto os olhos contra o sol
Bocejo, desejo, espero
Penso, reflito, divago
Retorno, retraio, entristeço
Devaneio e renasço
De noite, quando a rua é laranja
Os carros andam velozes
A vida é mais agitada
O cansaço inebriante
Exposto em olhos profundos
Que lá no fundo tragam o mundo
O espelho, a janela do ônibus
A meditação não é silenciosa
É admirar o céu rasgado de concreto
Em meio ao mar de gente nervosa
De dia é quente
Aperto os olhos contra o sol
Bocejo, desejo, espero
Penso, reflito, divago
Retorno, retraio, entristeço
Devaneio e renasço
De noite, quando a rua é laranja
Os carros andam velozes
A vida é mais agitada
O cansaço inebriante
Exposto em olhos profundos
Que lá no fundo tragam o mundo
segunda-feira, 2 de junho de 2014
A poesia social
As pessoas dormem
Seus sonhos se esvaem pelas janelas
Elas esperam pelo final
Da hora do dia da semana do mês do ano
Pra aliviar cansaço e dor
Triste é pensar que o mundo não espera
que as coisas são findas
Voláteis, dispersas
Só posso concluir que felicidade
É realmente
A ausência de percepção de que as coisas um dia acabam
Minha mente lucida volta-se sempre para o tempo
Nela a mudança é rápida
Um sopro
E o tempo pra mudar já se foi.
Mas, temerosa, sente que talvez
Se o tempo passasse mais rápido a vida seria nada
Vã como a tarde de um dia ensolarado de domingo
Vil como a noite e o cansaço
Perversa como os desejos de uma mente febril
E abstrata como os corpos em movimento
Numa noite enluarada
E o pensamento relevado
Naquele momento específico em que os corpos falam
Ah, se eu pudesse descrever,
capturar de alguma forma
O momento em que os corpos falam
a mente abre mão de governar
E a poesia social espalha-se em música
Uma melodia escrita no vento
Por uma menina - Poesia -,
De vestido azul e varinha
Que a faz rodopiar
Por entre corpo e mente
Na profunda escuridão da noite boemia
Seus sonhos se esvaem pelas janelas
Elas esperam pelo final
Da hora do dia da semana do mês do ano
Pra aliviar cansaço e dor
Triste é pensar que o mundo não espera
que as coisas são findas
Voláteis, dispersas
Só posso concluir que felicidade
É realmente
A ausência de percepção de que as coisas um dia acabam
Minha mente lucida volta-se sempre para o tempo
Nela a mudança é rápida
Um sopro
E o tempo pra mudar já se foi.
Mas, temerosa, sente que talvez
Se o tempo passasse mais rápido a vida seria nada
Vã como a tarde de um dia ensolarado de domingo
Vil como a noite e o cansaço
Perversa como os desejos de uma mente febril
E abstrata como os corpos em movimento
Numa noite enluarada
E o pensamento relevado
Naquele momento específico em que os corpos falam
Ah, se eu pudesse descrever,
capturar de alguma forma
O momento em que os corpos falam
a mente abre mão de governar
E a poesia social espalha-se em música
Uma melodia escrita no vento
Por uma menina - Poesia -,
De vestido azul e varinha
Que a faz rodopiar
Por entre corpo e mente
Na profunda escuridão da noite boemia
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