Muitas vezes chove naquela terra de ninguém. Chuva, tempestade, tormenta, raio, trovão. O povo se esconde, dentro das casas de pedra, e se põe a pensar. E como a tempestade nunca termina, o povo nunca para de pensar. E pensa. E os vizinhos daquela terra de ninguém não sabem que os pingos da chuva são idéias, e a terra fértil é a própria consciência.
sábado, 29 de março de 2014
Sinestesia
Eu não diria que os olhos dela são de cigana, oblíquos e dissimulados porque isso seria não somente um clichê como também uma inverdade. Devo dizer que os olhos dela não são nem um pouco dissimulados. São olhos sinceros. Tão profundos que parecem tragar o mundo para dentro de si e transformar tudo em um brilho translúcido. Por onde passa ela deixa o ressoar de sua presença: uma música com sabor de felicidade. Seu sorriso tem um gosto doce. E as curvas do seu corpo são pura poesia. Só o mero pensamento é tão inebriante quanto vinho. E enlouquecedor, como absinto.
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