sábado, 4 de janeiro de 2014

Palavras soltas

Os detalhes desviam-me do caminho final. Distorcem a percepção.
Defino, limito. Separo, segrego. Reparto, parto. Vou embora. Largo.
Sonho, e da consciência de estar sonhando, já não sinto o mesmo gosto.
E desse amontoado de palavras soltas construo um sentido.
Minhas próprias ilusões distraem o tempo; mendigam esperança.
Crescem, envelhecem, morrem.
Renascem.
Já não veem mais com a coisas com o mesmo sentido.
E o que foi construído se distorce. Torce. Retorce. Se destrói. Dói.
Vejo o relógio passar.
Repetitivo.
Condescendente.
Cruel.
E ele para, de repente.
Não passa o tempo. A pilha acabou. O tempo vai parar, então, por causa do meu relógio? Não.
E essas palavras soltas continuam a ecoar em minha mente. Meu estado imaginário. Temporário. Volátil, disperso. Mas o mundo espera. Espera, talvez. Um mundo brilhante. Um admirável mundo novo.
Dentro da minha mente.

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