sábado, 4 de janeiro de 2014

Entardecer

Por entre os prédios da cidade o sol morre. Deita-se vagarosamente, no horizonte, colorindo o céu.
Vê-se, ainda, um céu azulado de um dia quente. Nuvens esparsas flutuam no ar e caminham a esmo.
Um avião risca o plano azul, e a nuvem que ele gera se dispersa rapidamente, juntando-se as demais.
O sol se abaixa um pouco mais e o azul se torna mais pálido.
As ruas da cidade se tornam mais escuras. Luzes alaranjadas acendem sem um padrão definido.
As árvores se agitam com uma brisa fria e os pássaros voam de volta pra os ninhos: agora era a hora dos morcegos alçarem os céus e dançaram em volta de árvores densas.
O sol dá mais um passo para o horizonte e o azul pálido se torna ainda mais esbranquiçado.
Um raio rosado de repente corta o branco pálido do céu, trazendo o desequilibro pungente - nada mais que uma nuvem colorida pela luz moribunda do sol.
E depois do raio rosa outras nuvens mudam de sua cor branca - ocultas naquele plano de fundo também branco que era o céu - para cores rosadas.
Vários tons de vermelho agora mancham o céu; nuvens coloridas formam espirais.
Mais um instante se passa, e o céu muda novamente. Um degradê de tons de vermelho toma conta do plano de fundo branco, com cores mais vermelhas e vivas no horizonte e tons mais claros longe de lá.
As nuvens agora estavam pintadas de laranja, pairando sobre um pano de fundo colorido.
Mais um passo, e o sol vermelho se vai cada vez mais.
O mar, invejoso, copiava, em suas águas claras, o que acontecia no céu.
Mas o tempo passava, e do mar o reflexo do céu sumia, sendo sugado pela distância e pelo tempo.
Pelo silêncio das pessoas ali perto.
E assim o céu escureceu.
A luz morreu no horizonte, deixando a escuridão que não permite a percepção do tempo abraçar cada canto, canta esquina, cada rua, cada casa daquela cidade.
Mas sempre haveriam, as pessoas sabiam, as luzes.
Que guiariam o caminho até que o sol nascesse de novo.

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