Os detalhes desviam-me do caminho final. Distorcem a percepção.
Defino, limito. Separo, segrego. Reparto, parto. Vou embora. Largo.
Sonho, e da consciência de estar sonhando, já não sinto o mesmo gosto.
E desse amontoado de palavras soltas construo um sentido.
Minhas próprias ilusões distraem o tempo; mendigam esperança.
Crescem, envelhecem, morrem.
Renascem.
Já não veem mais com a coisas com o mesmo sentido.
E o que foi construído se distorce. Torce. Retorce. Se destrói. Dói.
Vejo o relógio passar.
Repetitivo.
Condescendente.
Cruel.
E ele para, de repente.
Não passa o tempo. A pilha acabou. O tempo vai parar, então, por causa do meu relógio? Não.
E essas palavras soltas continuam a ecoar em minha mente. Meu estado imaginário. Temporário. Volátil, disperso. Mas o mundo espera. Espera, talvez. Um mundo brilhante. Um admirável mundo novo.
Dentro da minha mente.
Muitas vezes chove naquela terra de ninguém. Chuva, tempestade, tormenta, raio, trovão. O povo se esconde, dentro das casas de pedra, e se põe a pensar. E como a tempestade nunca termina, o povo nunca para de pensar. E pensa. E os vizinhos daquela terra de ninguém não sabem que os pingos da chuva são idéias, e a terra fértil é a própria consciência.
sábado, 4 de janeiro de 2014
Entardecer
Por entre os prédios da cidade o sol morre. Deita-se vagarosamente, no horizonte, colorindo o céu.
Vê-se, ainda, um céu azulado de um dia quente. Nuvens esparsas flutuam no ar e caminham a esmo.
Um avião risca o plano azul, e a nuvem que ele gera se dispersa rapidamente, juntando-se as demais.
O sol se abaixa um pouco mais e o azul se torna mais pálido.
As ruas da cidade se tornam mais escuras. Luzes alaranjadas acendem sem um padrão definido.
As árvores se agitam com uma brisa fria e os pássaros voam de volta pra os ninhos: agora era a hora dos morcegos alçarem os céus e dançaram em volta de árvores densas.
O sol dá mais um passo para o horizonte e o azul pálido se torna ainda mais esbranquiçado.
Um raio rosado de repente corta o branco pálido do céu, trazendo o desequilibro pungente - nada mais que uma nuvem colorida pela luz moribunda do sol.
E depois do raio rosa outras nuvens mudam de sua cor branca - ocultas naquele plano de fundo também branco que era o céu - para cores rosadas.
Vários tons de vermelho agora mancham o céu; nuvens coloridas formam espirais.
Mais um instante se passa, e o céu muda novamente. Um degradê de tons de vermelho toma conta do plano de fundo branco, com cores mais vermelhas e vivas no horizonte e tons mais claros longe de lá.
As nuvens agora estavam pintadas de laranja, pairando sobre um pano de fundo colorido.
Mais um passo, e o sol vermelho se vai cada vez mais.
O mar, invejoso, copiava, em suas águas claras, o que acontecia no céu.
Mas o tempo passava, e do mar o reflexo do céu sumia, sendo sugado pela distância e pelo tempo.
Pelo silêncio das pessoas ali perto.
E assim o céu escureceu.
A luz morreu no horizonte, deixando a escuridão que não permite a percepção do tempo abraçar cada canto, canta esquina, cada rua, cada casa daquela cidade.
Mas sempre haveriam, as pessoas sabiam, as luzes.
Que guiariam o caminho até que o sol nascesse de novo.
Vê-se, ainda, um céu azulado de um dia quente. Nuvens esparsas flutuam no ar e caminham a esmo.
Um avião risca o plano azul, e a nuvem que ele gera se dispersa rapidamente, juntando-se as demais.
O sol se abaixa um pouco mais e o azul se torna mais pálido.
As ruas da cidade se tornam mais escuras. Luzes alaranjadas acendem sem um padrão definido.
As árvores se agitam com uma brisa fria e os pássaros voam de volta pra os ninhos: agora era a hora dos morcegos alçarem os céus e dançaram em volta de árvores densas.
O sol dá mais um passo para o horizonte e o azul pálido se torna ainda mais esbranquiçado.
Um raio rosado de repente corta o branco pálido do céu, trazendo o desequilibro pungente - nada mais que uma nuvem colorida pela luz moribunda do sol.
E depois do raio rosa outras nuvens mudam de sua cor branca - ocultas naquele plano de fundo também branco que era o céu - para cores rosadas.
Vários tons de vermelho agora mancham o céu; nuvens coloridas formam espirais.
Mais um instante se passa, e o céu muda novamente. Um degradê de tons de vermelho toma conta do plano de fundo branco, com cores mais vermelhas e vivas no horizonte e tons mais claros longe de lá.
As nuvens agora estavam pintadas de laranja, pairando sobre um pano de fundo colorido.
Mais um passo, e o sol vermelho se vai cada vez mais.
O mar, invejoso, copiava, em suas águas claras, o que acontecia no céu.
Mas o tempo passava, e do mar o reflexo do céu sumia, sendo sugado pela distância e pelo tempo.
Pelo silêncio das pessoas ali perto.
E assim o céu escureceu.
A luz morreu no horizonte, deixando a escuridão que não permite a percepção do tempo abraçar cada canto, canta esquina, cada rua, cada casa daquela cidade.
Mas sempre haveriam, as pessoas sabiam, as luzes.
Que guiariam o caminho até que o sol nascesse de novo.
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