da janela vejo o céu e uma camisa rasgada
pendurada no jardim, que também tem uma flor amarelada
a flor é hipocondria, a camisa minha alma
minh'alma rasgada e esfarrapada
um pano pisado e sujo,
deixado de lado
no canto da sala de estar
no dia que é de chuva
Muitas vezes chove naquela terra de ninguém. Chuva, tempestade, tormenta, raio, trovão. O povo se esconde, dentro das casas de pedra, e se põe a pensar. E como a tempestade nunca termina, o povo nunca para de pensar. E pensa. E os vizinhos daquela terra de ninguém não sabem que os pingos da chuva são idéias, e a terra fértil é a própria consciência.
terça-feira, 29 de abril de 2014
Metamorfose carmesim
A tristeza vejo em olhos sem vida.
O pé nervoso marca um compasso histérico contra o chão.
A boca masca nada raivosamente.
Os olhos vagueiam a procura de nada e se fixam em alguma coisa aleatória.
As mãos cruzadas sobre as pernas, sentadas na calçada de uma rua em algum lugar qualquer dessa cidade imunda.
No céu escuro, estrelas. Nas ruas, pessoas. Gestos, linhas, feições, vinho e poesia.
A franja lhe avança contra os olhos, mas suas mãos estão inertes demais - envolvidas em algo profundo - pra arrumá-la.
Mas ela é bonita assim.
E outrora a felicidade mostra-se em um sorriso - flor que nasce em meio as pedras: a vida que desperta em um dia frio de verão, e sorri feliz ao acordar e contemplar o seu sonho de primavera.
Sua silhueta esguia contra a luz amarelada de um bar.
Há algo em seus olhos. No seu cabelo metamorfoseante. Nos seus gestos, na forma como ela anda, fala e ri - nos saltos que ela dá quando está alegre, na fala que imita uma criança pra mimar alguém e no sorriso que aperta os olhos verdes. Há algo em seu riso. Nos seus olhos. No seu abraço. No jeito como você não canta e mesmo assim encanta. Há algo secreto, escondido nos dedos
ou no seu cabelo.
O pé nervoso marca um compasso histérico contra o chão.
A boca masca nada raivosamente.
Os olhos vagueiam a procura de nada e se fixam em alguma coisa aleatória.
As mãos cruzadas sobre as pernas, sentadas na calçada de uma rua em algum lugar qualquer dessa cidade imunda.
No céu escuro, estrelas. Nas ruas, pessoas. Gestos, linhas, feições, vinho e poesia.
A franja lhe avança contra os olhos, mas suas mãos estão inertes demais - envolvidas em algo profundo - pra arrumá-la.
Mas ela é bonita assim.
E outrora a felicidade mostra-se em um sorriso - flor que nasce em meio as pedras: a vida que desperta em um dia frio de verão, e sorri feliz ao acordar e contemplar o seu sonho de primavera.
Sua silhueta esguia contra a luz amarelada de um bar.
Há algo em seus olhos. No seu cabelo metamorfoseante. Nos seus gestos, na forma como ela anda, fala e ri - nos saltos que ela dá quando está alegre, na fala que imita uma criança pra mimar alguém e no sorriso que aperta os olhos verdes. Há algo em seu riso. Nos seus olhos. No seu abraço. No jeito como você não canta e mesmo assim encanta. Há algo secreto, escondido nos dedos
ou no seu cabelo.
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